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Segue
Segue…
Sempre assim…. com liberdade Sempre sabendo que se tem A si… e o melhor do amor Vai, vai criatura…. Em frente… Sempre assim…
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Lea Arruda |
Segue
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Segue
Segue…
Sempre assim…. com liberdade Sempre sabendo que se tem A si… e o melhor do amor Vai, vai criatura…. Em frente… Sempre assim…
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Lea Arruda |
Poemas inconjuntos
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Poemas inconjuntos
“ESPANTOSA realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias. Cada cousa é o que é, E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, E quanto isso me basta. Basta existir para se ser completo. Tenho escrito bastantes poemas. Cada poema meu diz isto, Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra. Outras vezes oiço passar o vento, Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto; Uma vez chamaram-me poeta materialista,
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Fernando Pessoa |
Brasil: que fazer?
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Brasil: que fazer?
Você que mora no alheio,
que anda de lotação, que trabalha o dia inteiro pra enriquecer o patrão -que ainda espera desse mundo de injustiça e exploração? Você que paga aluguel, -que pode esperar da vida que deveria ser sua? Quem não tem outra saída: Pro patrão você trabalha Você gasta a sua vida Só então você percebe Você passou a seu filho -luta que fará o mundo Por isso meu companheiro, Te aponto o caminho novo E cada homem da rua Que o passarinho que canta O mundo ganhou sentido, -nem polícia nem bloqueio Que ela assobia no vento
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Publicado na Revista dos Sem Terra; edição especial – setembro de 2003 |
Poema Obsceno
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Poema Obsceno
“Façam a festa
Cantem. Dancem que eu faço o poema duro. O poema murro Não se detenham: Bethania, Martinho, Estação Primeira. Mangueira. Salgueiro Todos, enquanto eu soco este pilão que não toca no rádio Não se prestará a análises estruturalistas. OBSCENO como o salário de um trabalhador aposentado. O poema O amor que era pra você |
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Ferreira Gullar |
Soltos, com pó!
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Soltos, como pó!
Como operário eu era gente, era alguém.
Não vivia ao vento Já não era só eu, estava feliz. Tinha raízes, não era pó. Estava na fabrica, de macacão, crachá e com esperanças no peito. Mas a crise… a reestruturação… os setores que fecharam, No recomeçar da empresa, nossos sonhos incompreendidos. No silencio competitivo, somos humilhados, desqualificados. Meu peito, de tanto sofrimento é um laço, um nó.
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Julio Tavares |
Avaliação
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Avaliação
“Amo esta terra.
A ela me apeguei com a luz e a pele. Com o ar que respirei. Um patrimônio de chão Aqui me registrei Meses, semanas Amo esta terra Amo a trilha Passam em mim Se o feito A condição humana
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Carlos Nejar |
Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)
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Estatutos do Homem
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, E de mãos dadas, Marcharemos todos pela vida verdadeira Artigo II Artigo III Artigo IV Artigo V Artigo VI Artigo VII Artigo VIII Artigo IX Artigo X Artigo XI Artigo XII Artigo XIII Artigo Final:
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Thiago de Mello |
No mundo há muitas armadilhas
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No mundo há muitas armadilhas
“No mundo há muitas armadilhas
e o que é armadilha pode ser refúgio e o que é refúgio pode ser armadilha Tua janela por exemplo No mundo há muitas armadilhas Contudo, olhas o teu filho, o bichinho A vida é pouca Estás preso à vida como numa jaula. O certo é que nesta jaula há os que têm A estrela mente
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Ferreira Gullar |
Eu te perdôo, vida
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Eu te perdoo, vida
Eu te perdôo, Vida, pela tua estranha beleza!
– as noites frias que gelaram a carne tenra dos órfãos pequeninos, os ventos ríspidos que fustigaram a choupana dos velhos e dos enfermos, as tempestades em que naufragaram nos barcos leves dos pescadores, nos mares ermos… Perdôo a insânia com que distribuis E mais te perdoara, Perdôo-te em nome dos mais infelizes, Perdôo-te em nome de todos os homens, em nome Perdôo-te pela poesia de uma noite enluarada Eu te perdôo por ti mesma, Vida,
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Henriqueta Lisboa |