“Amo esta terra.
A ela me apeguei
com a luz e a pele.
Com o ar
que respirei.
Um patrimônio de chão
transborda
o rosto
de fé e ervas.
Aqui me registrei
nos vencimentos
que me dão
as estações.
Meses, semanas
viajaram comigo
junto ao cinto
de meu espanto
amigo.
Amo esta terra
e sei compartilhá-la
no conselho dos dias.
Amo a trilha
do sol e cada estria.
Passam em mim
gerações
e nem sempre
rejubilam.
Chiam rodas
na roda
de uma sina
estranha à minha.
Se o feito
é dos agravados
e a lei vige
de empreitada
-amo esta terra.
A condição humana
se ergue com ela.
Metros de solidão:
amo esta terra.”