O papel da cultura organizacional “Milícia de Bravos” na ocorrência do assédio moral: um estudo na Polícia Militar da Bahia

Texto integralO Assédio Moral é um fenômeno que se manifesta no mundo do trabalho contemporâneo, apesar de sempre ter existido no universo das relações ocupacionais. Concebe-se através de atos sistêmicos, nocivos e repetitivos que atingem a moral do trabalhador e que podem trazer conseqüências a sua saúde. Este estudo analisou a ocorrência do Assédio Moral na Polícia Militar do Estado da Bahia – PMBA, e de suas principais conseqüências na Corporação. De forma específica, buscou-se identificar os fatores organizacionais de propensão ao assédio e associá-los a produção do desgaste psico-emocional. Trata-se de uma pesquisa descritiva tipo estudo de casos. Foi realizada num contexto de trabalho funcional público militar e desenvolvida em duas etapas interligadas. Na primeira etapa, foi realizado o levantamento de dados mediante a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental, o que proporcionou o estudo teórico e a descrição da Cultura Organizacional da Corporação. Na segunda etapa, optou-se pela abordagem empírica mediante o estudo de cinco casos ilustrativos de Assédio Moral ocorridos na PMBA, que foram selecionados a partir de um universo de cinqüenta casos junto a Corregedoria, a Auditoria Militar, a Justiça Comum e a Junta Militar de Saúde. Como critérios para seleção dos casos ilustrativos, foram considerados a repercussão interna, a intensidade dos distúrbios psico-emocionais, a disponibilidade de informações e as possibilidades de acesso aos envolvidos. Assim, foram analisadas peças e demais documentos processuais, além de entrevistas com os envolvidos. Os resultados apontaram que a Cultura Organizacional da Polícia Militar da Bahia, denominada historicamente de “Milícia de Bravos”, reúne elementos que podem constituir uma propensão para o Assédio Moral, tais como o caráter militar e funcional público, as condições inadequadas de trabalho, o desgaste psicoemocional e a inexistência de regulação, o que promove conseqüências negativas à sua rotina ocupacional. Finalmente, em face dos resultados e limites desta investigação, sugere-se a continuidade dos estudos para a sua ampliação.

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As diferentes formas de violência no trabalho e os males para a saúde do profissional de saúde

Texto integralA transformação atual do trabalho no Brasil iniciou-se nos anos sessenta, com evolução mais rápida na década de setenta e as subseqüentes, atingindo tanto o setor produtivo da industria de transformação como a área de serviço. A atividade médica, no Brasil, está enquadra na área de serviço. De acordo com o Conselho Federal de Medicina o número de médicos em atividade é de 316.126. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o setor saúde tem em torno de dois milhões de empregos, sendo 54% no setor publico e 46% no setor privado complementar. No nosso país o SUS (Sistema Único de Saúde), conforme determina constituição brasileira, o setor privado pode participar do sistema de saúde de forma complementar. Hoje, o setor complementar privado atende cerca de 40 milhões de usuários, enquanto o setor público é responsável pelos demais 130 milhões de habitantes. Setenta por cento dos médicos brasileiros se concentram na região sudeste do país, por coincidência são os quatros Estados mais desenvolvidos dos vinte e sete. Enquanto que o número de médicos por habitante na região Norte é 1039, na região Sudeste 398 médicos por habitante. O Sudeste tem excesso de médicos, enquanto outras regiões faltam médicos.

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Assédio moral no trabalho: repercussões sobre a saúde do trabalhador

Texto integralResumo
Objetivo: estabelecer os danos à saúde do trabalhador causados pelo assédio moral nas relações de trabalho.
Método: realização de revisão da literatura utilizando os trabalhos recentes sobre o tema.
Considerações finais: o assédio moral nas relações de trabalho é um fenômeno invisível, porém de conseqüências concretas à vida sociofamiliar e econômica do trabalhador vitimizado. O trabalhador assediado, em função da insatisfação laboral e baixa da auto-estima, torna-se fragilizado e fortemente susceptível aos agravos da sua saúde física e mental, gerando quadros preponderantemente de transtornos psicossomáticos. O psicoterrorismo laboral é algo prevenível ou neutralizável, dependendo, entre outros fatores, de mudanças comportamentais de liderança e humanização da organização do trabalho.

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