Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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GE-Dako demite 51 funcionários alegando justa causa

Campinas, SP

A indústria de fogões GE-Dako, em Campinas, anunciou nesta sexta-feira a demissão, por justa causa, de 51 dos 59 funcionários que estavam suspensos desde o dia 8, quando foi encerrada uma greve de seis dias na empresa. Os 59 funcionários foram suspensos para investigação de conduta.

A empresa é acusada de coação e assédio moral em um processo na Justiça do Trabalho de Campinas. A direção da Dako, por meio de comunicado público, alegou ter sido surpreendida pela greve, já que as propostas de pagamento de participação nos lucros da empresa estavam sendo debatidas com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região.

Segundo o comunicado, os demitidos invadiram a fábrica durante a greve, desrespeitaram um mandado judicial de reintegração de posse e “promoveram corrente de arrastão nas linhas de produção, infringindo normas de segurança, coagiram e ameaçaram colegas que não aderiram ao movimento”.

A licença, conforme a nota, foi concedida para apuração dos fatos, que resultou na punição dos responsáveis com demissão por justa causa. “Não restou outra alternativa”, informou a empresa.

Os outros oito funcionários serão reintegrados à produção. Também durante a greve, a Dako emitiu seis telegramas para cada família dos trabalhadores com ameaças de retaliações e demissão caso eles não retornassem ao trabalho, em frases como “comprometimento do orçamento familiar” e “colocação do emprego em risco”, conforme informou o sindicato no final do mês passado.

O processo ainda tramita na Justiça do Trabalho com pedidos de indenização por danos morais. A Dako não se manifestou sobre os telegramas. O diretor do sindicato, Eliezer Mariano da Cunha, disse nesta sexta que irá acionar novamente a Justiça do Trabalho para que a Dako justifique judicialmente as demissões.

“No campo político, vamos pressionar de todas as formas para que os empregados retornem à fábrica”, afirmou, comentando que vai acionar inclusive a Câmara Municipal para analisar o caso. Cunha garantiu que não houve motivos para justificar a demissão dos trabalhadores.

Silvana Guaiume

Fonte: Agência Estado/Economia
Sexta-feira, 2 de agosto de 2002 – 22h28
www.estadao.com.br/agestado/noticias/2002/ago/02/326.htm

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