Assédio moral no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro – MNBA

Na quarta-feira, 7 de maio, o Sintrasef, junto com o Movimento Luta de Classes e a União da Juventude Rebelião, denunciou, durante a noite de reabertura do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), a prática de assédio moral contra os servidores públicos federais da casa. Os convidados que chegaram para a reabertura do museu foram surpreendidos com panfletos e falações que denunciavam o racismo, a discriminação e o fascismo com que a direção do órgão vem tratando os servidores. A resposta à manifestação foi imediata e já no dia 8, os servidores do Museu de Belas Artes receberam notificação da direção solicitando que todos os ofendidos relatassem os fatos para a comissão instaurada por processo administrativo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e incumbida de apurar denúncias de assédio moral no MNBA.

O inquérito foi uma reivindicação dos próprios servidores que, através do diretor de Políticas Públicas do Sintrasef, Vicente Oliveira do Carmo, denunciaram os maus tratos sofridos no local de trabalho ao presidente do IPHAN no dia 2 de abril, em Brasília. Paralelamente, o Sindicato está estudando a melhor forma para, na justiça, exigir a apuração dos fatos e a punição daqueles que, usando cargos de chefia, insistem em provocar constrangimentos aos trabalhadores. De acordo com Vicente “a luta não vai parar enquanto não cessarem os constrangimentos e os responsáveis pelo assédio moral aos servidores não forem punidos”.

Porém, o problema do assédio moral não se restringe apenas ao MNBA e o Sintrasef já recolhe denúncias de servidores de outros órgãos que vão engrossar o caldo da luta contra os desmandos dos patrões.

Sargento da PM da Bahia denuncia abuso de poder na corporação

Acusado de porte ilegal de arma e de desacato, o sargento José Carlos Inocêncio, 48 anos, há 31 na Polícia Militar, foi preso ontem à noite e enviado para o Batalhão de Choque após ser apresentado na Corregedoria da PM pelo tenente Lima. O motivo, segundo o sargento Marcos Prisco, presidente da Associação dos Profissionais de Polícia e Bombeiros Militares do Estado da Bahia (Aspol), seria perseguição pessoal movida pelo oficial contra o sargento, que vinha sendo destacado para trabalhar sozinho em locais isolados e perigosos, como o módulo de São Marcos e a Cesta do Povo em Pau da Lima. “As arbitrariedades e o assédio moral são práticas comuns na corporação”, lamentou o sindicalista. O capitão Claudinei, oficial de custódia da Corregedoria, informou que apenas o corregedor pode falar sobre a prisão do sargento.

“A sensação é a de que você trabalha com um inimigo”

Para aceitar contar à reportagem de A TARDE sobre o que aconteceu durante o período em que sofreu assédio moral, Lúcia (nome fictício) fez uma série de exigências. Além de não revelar a sua identidade, ela também omitiu a atividade que exercia e o nome da empresa onde o fato ocorreu. Tudo por receio de que o pesadelo que viveu voltasse a acontecer.

Ela conta que seu antigo chefe usava critérios diferentes entre os funcionários. Lúcia sempre ficava com uma sobrecarga de trabalho muito maior em relação aos outros colegas do setor. “Meu chefe chegou a criar uma função de coordenação do setor, que nunca existiu, e ofereceu para um colega que tinha acabado de entrar na empresa. Sendo que eu já tinha muito tempo lá dentro e sempre resolvia muito mais coisas do que ele. Tudo era feito para me humilhar”, recorda.

O assediador passa uma imagem de poder que, na realidade, não existe. “A situação é tão rotineira e reiterada que você acaba aumentando tudo. A pessoa se torna maior e mais poderosa do que realmente é”, afirma ela, já recuperada do trauma.

Em determinada ocasião, Lúcia se ofereceu para organizar um evento da empresa, em um dia que não afetaria em nada a sua jornada de trabalho normal. Mas o chefe implicou com a iniciativa e ameaçou demiti-la caso não desistisse da empreitada. Foi nesse dia que, após muitas perseguições, Lúcia passou mal. Com receio de ser demitida, começou a chorar sem parar, sentiu as mãos formigarem, perdeu os sentidos e desmaiou. Só acordou no hospital.

“A sensação é a de que eu estava trabalhando com um inimigo, que a qualquer momento faria algo para me prejudicar. Quando eu via um e-mail dele que não tinha título ou assunto, eu evitava abrir pela manhã, porque sabia que poderia ser uma coisa ruim e eu não conseguiria trabalhar o resto do dia”, lembra ela, que guardou todos os e-mails trocados com o antigo chefe, para servir como possíveis provas no futuro.

Lúcia ainda pensou em denunciar o seu algoz, mas depois desistiu. Segundo ela, que foi transferida para outro Estado para se livrar do problema, a melhor coisa que o assediado deve fazer é compartilhar suas angústias com parentes e amigos, para agüentar o período turbulento.

Denúncias de assédio moral já surtem efeito no Brasil

Apesar de o medo de retaliações impedir que muitas vítimas denunciem a prática do assédio moral, alguns casos de condenações recentes de grandes empresas no Brasil demonstram que é possível punir os agressores.

Na última quinta-feira, por exemplo, a indústria de bebidas Ambev entregou dois veículos à Superintendência Regional do Trabalho no Rio Grande do Norte para uso em fiscalização. A doação faz parte de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão, prevista no acordo extrajudicial firmado com o Ministério Público do Trabalho local em abril deste ano.

No entanto, o caso não se relaciona com outras investigações sobre a Ambev ainda em andamento no País. Alguns processos narram episódios absurdos envolvendo rotinas de humilhação e até mesmo violência física impostas pelo empregador.

Um funcionário da cervejaria em Sergipe, demitido em 2004, foi indenizado em R$ 70 mil por ter sido “premiado” com objetos no formato de excrementos humanos. Sua foto segurando o “presente” chegou a ser publicada num mural interno.

No ano passado, a Ambev também foi condenada a indenizar em R$ 50 mil um ex-funcionário no Pará, obrigado pelo gerente a fazer flexões na presença dos colegas quando não alcançava desempenho satisfatório.

Em 2006, a empresa já havia sido condenada, também no Rio Grande do Norte, a pagar R$ 1 milhão por punir empregados com castigos físicos e outras “prendas” como trabalhar fantasiado, assistir a reuniões em pé e dançar “na boquinha da garrafa”. A reportagem de A TARDE entrou em contato por e-mail e telefone com a assessoria da Ambev, em São Paulo, para esclarecer os fatos, mas não obteve retorno.

INDENIZAÇÕES – Os valores das indenizações variam de acordo com cada caso. “Os processos que abrangem danos coletivos têm valores muito maiores do que os casos individuais”, explica Manoel Jorge e Silva Neto, procurador do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA).

A multa que a empresa agressora deve pagar também varia de acordo com a gravidade da transgressão. “Além disso, a indenização pode ser maior ou menor a depender da capacidade da empresa de pagar. Quanto mais condições ela tem de pagar, maior é o valor da indenização”, detalha o especialista.

Silva Neto esclarece que os diretores e presidentes das grande empresas precisam ficar atentos para ações dos seus líderes. “O Código Civil estabelece que a responsabilidade por atos de assédio praticados por gerentes e outros superiores, dentro do domínio da organização, é da empresa, que responderá objetivamente pelo ato ilícito”, frisa.

PROVAS – Para denunciar o assédio moral, o ideal é que a vítima recolha a maior quantidade de provas possível. “Eu defendo a possibilidade de a vítima gravar as suas conversas com a pessoa que o assedia, ainda que o assediador não tenha conhecimento que esta conversa esteja sendo gravada”, afirma o procurador.

Segundo ele, esta prova não é ilícita, já que se tratou de um diálogo gravado por uma das partes e, posteriormente foi levada a juízo. “Só é ilegal quando nenhuma das duas pessoas que estão conversando sabe que esse diálogo foi gravado”, explica Silva Neto.

ASSEDIADOR –Diferentes características de personalidade podem levar pessoas a praticar o assédio moral, como afirma o psiquiatra Marco Antonio Brasil, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. “É difícil indicar apenas uma característica, mas podemos dizer que todas as pessoas que praticam o assédio moral têm aspectos em comum”.

De acordo com o médico, os assediadores sofrem de transtorno de personalidade, do tipo anti-social. “Eles conseguem causar danos aos outros sem que para isso sinta qualquer ressentimento”, detalha ele. Os assediadores possuem também a capacidade de seduzir e manipular.

Já as vítimas que ficam mais tempo “aprisionadas” a este tipo de assédio, segundo o médico, são aquelas que possuem auto-estima baixa. “As pessoas frágeis acreditam que não podem reagir, porque as conseqüências seriam muito piores”, avalia.

No entanto, o psiquiatra avisa que sempre existe uma luz no fim do túnel e que a pessoa, se estiver muito fragilizada, precisa procurar ajuda. “Seja religiosa, de amigos ou de um profissional”.

Funcionários da Petrobras denunciam assédio moral na empresa

Funcionários e representantes da Associação de Trabalhadores da Indústria de Petróleo e Gás (Aepetro) se reuniram, na manhã desta sexta-feira, 5, na frente da sede da Petrobras no Itaigara para denunciar práticas de assédio moral dentro da empresa. No Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA), existem 18 queixas desse tipo de crime contra a Petrobras.

O MPT preferiu não se pronunciar no momento sobre o caso, que está em fase de investigação. A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o departamento jurídico foi notificado sobre as denúncias e que todas as informações solicitadas pelo órgão foram fornecidas. Questionada sobre a veracidade das denúncias, a empresa, por meio da assessoria de imprensa, assegurou apenas que responderá ao MPT.

Casos – Uma das queixas sob investigação é a do geofísico Oscar Cezar Magalhães, que diz sofrer assédio moral desde 2007. Após criticar alguns procedimentos da empresa, Oscar contou que foi agredido verbalmente, transferido de setor sem treinamento, mal avaliado e excluído de promoções, além de ter as condições de trabalho pioradas.

“No setor onde passei a atuar não existiam cadeiras, mesas e computadores adequados ao meu problema de coluna. Com isso, minha hérnia de disco foi agravada e precisei ser afastado. No outro departamento, contava com estrutura apropriada às minhas necessidades”, contou o funcionário, que passou a ter depressão após o episódio.

O problema de Magalhães foi confirmado por avaliações psicológicas e da socióloga Petilda Vazquez, pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim), da Ufba. “Através de entrevista, análises de documentos e e-mails trocados entre o funcionário e gestores da Petrobrás constatei que ele passou por práticas próprias do assédio moral, levando-o ao sofrimento e adoecimento”, disse Petilda.

Segundo a socióloga, nem sempre o assédio moral é uma situação específica de uma chefia com um funcionário, podendo ser caracterizado como uma prática organizacional, uma cultura da empresa. “São instituições que trabalham com resultados, exigências em extremo. Não adianta ser bom, é preciso ser excelente. Quem não consegue apresentar resultados pode se sentir constrangido, não agüentar a pressão e ficar angustiado”, explicou.

Conseqüência – De acordo com a socióloga, o assédio é fator de risco à saúde física e psíquica do trabalhador, podendo causar depressão, ansiedade e outros distúrbios mentais. Em casos mais graves pode, até mesmo, levar a pessoa a cometer suicídio. Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) constatou que 10 a 15% dos suicídios na Suécia foram motivados por constrangimento e pressão sofridos no ambiente de trabalho.

As mulheres são as principais vítimas, conforme informou a socióloga: “Cerca de 75% dos casos envolvem mulheres. Quando ficam grávidas, dizem para elas que engravidaram para tirar licença maternidade. Além disso, são rejeitadas em seleções porque têm filhos e ainda ouvem que sabem menos do que os homens”.

Homossexuais, negros, idosos e evangélicos também costumam ser vítimas de assédios no trabalho. “Algumas religiões não permitem que o fiel trabalhe no fim de semana ou participe de comemorações típicas do catolicismo e, por isto, eles são preteridos”, diz.


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187 casos de assédio moral estão sendo investigados pelo MPT em Salvador

Há hoje 187 casos de assédio moral em investigação pelo Ministério Público do Trabalho em Salvador, alguns envolvendo grandes empresas. O procurador do MPT Manoel Jorge e Silva Neto explica por que os casos ainda não devem ser divulgados. “Não propus a medida judicial e ainda não ofereci o TAC”, disse. As empresas envolvidas nas denúncias adotam, assim como o Bradesco, um posicionamento comum, não prestam declarações à imprensa durante o processo.

Existe um perfil mais recorrente de agressor. Em geral, homens em cargos de chefia. Mulheres, pessoas com idade avançada, homossexuais, obesos, mães solteiras e separadas, deficientes físicos e mentais e negros são vítimas preferenciais.

Denúncia – “Em um dos casos investigados, o chefe, que é policial, fazia reuniões com a arma em cima da mesa. São muitos e muitos casos, é muita coisa. Hoje em dia, as pessoas denunciam mais, mas nem sempre foi assim, foi intensificado há seis meses. A ampla divulgação na imprensa sobre o assédio moral tem ajudado muito”, avaliou o procurador Manoel Jorge e Silva Neto.

Assédio moral não é crime porque ainda não foi proposta lei específica no Congresso Nacional. No entanto, aplicam-se nesses casos a Constituição Federal, a CLT e o Código Penal.

Criminalização – “A lei viria reforçar uma proteção que já existe. Entendo que a criminalização deve ser a última medida se não houver solução por outros meios. A Justiça do Trabalho tem dado respostas satisfatórias”, pontuou Manoel Jorge. O assédio moral tem algumas particularidades. Diferente do assédio sexual, por exemplo, pode ser caracterizado não só na relação chefe e empregado, mas entre profissionais de mesmo nível hierárquico.

Se a empresa tomar medidas para banir a prática identificada, desfaz-se a acusação. Não é preciso esperar que se configure algum prejuízo para denunciar o assédio moral. (S.V.)

Juiz condena BB a pagar R$ 200 mil por ‘assédio moral’

O juiz Paulo Henrique Blair, da 3ª turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª região, condenou o Banco do Brasil a pagar indenização de R$ 200 mil, mais correção monetária e juros, “pelos danos morais” causados a um analista da Diretoria de Risco, descomissionado em março de 2007 em represália por ter entrado na Justiça para reclamar o pagamento da 7ª e 8ª horas.

Em outra sentença, a Justiça determinou ainda que o BB incorpore a comissão ao salário mais o pagamento da 7ª e 8ª horas ao analista da Diretoria de Risco.

Ato ilícito e abusivo – Na sentença, o juiz Paulo Henrique afirma que “a ilicitude de tal motivação foi corroborada pelas declarações do Administrador da Diretoria de Risco (local de trabalho do autor), Sr. René Sanda, que em reunião com os empregados do setor, relatou aos demais os fatos que levaram ao descomissionamento imediato do autor e de outros dois empregados, bem como a realocação dos mesmos em outro setor do banco reclamado, decisão essa que teria sido tomada pelo Comitê da Diretoria de Riscos para evitar ‘risco de contaminação’ dos demais empregados do setor”.

Para o juiz, “a expressão ‘risco de contaminação’ também denota o grau de ofensa com o qual se tratou a situação apresentada, posto que, configurando-se em julgamento de ordem moral, traduz o sentido que se quis dar ao ajuizamento de ação como conduta reprovável e exemplo a não ser seguido, repita-se, com o objetivo único de intimidar terceiros diante das conseqüentes retaliações patronais a que estariam submetidos”.

“A decisão da Justiça só reforça que certos administradores do Banco do Brasil estão despreparados para ocupar postos de comando na empresa”, diz Eduardo Araújo, diretor do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).

Entenda o caso – O bancário que ganhou a sentença é um dos três analistas descomissonados no dia 14 de março de2007 pelo chefe da Diris, René Sanda, por terem entrado com a reclamação judicial dois dias antes.

O descomissionamento foi feito publicamente, durante reunião com todos os funcionários da Diris no 16º andar do Sede III. O diretor René disse que decidiu descomissionar os três analistas para evitar o “risco de contaminação” de sua equipe e ameaçou todos os trabalhadores do setor de adotar punição semelhante a quem ousasse defender seus direitos trabalhistas.

Na época, o Sindicato denunciou a atitude autoritária e anti-sindical do administrador, que viola princípios básicos constitucionais. Orientados pelo Sindicato a defenderem seus direitos, os três analistas mantiveram a ação judicial. A Justiça do Trabalho ordenou que o BB devolvesse a comissão aos três descomissionados.

Veja notícia relacionada: http://www.assediomoral.org/spip.php?article380

BB: superintendente da São Paulo I “oficializa” assédio moral

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logo_bb.jpg Mensagem assinada por Valmir Pedro Rossi institui meta de R$ 50 mil em crédito em 15 dias e ameaça: quem não cumprir terá que se justificar por escrito e em reuniões regionais

Nas mesas de negociação com a Contraf-CUT, o Banco do Brasil nega que a prática de assédio moral seja uma política da empresa e alega investigar e punir os casos denunciados. O superintendente de Varejo da São Paulo I, Valmir Pedro Rossi, no entanto, parece discordar.

Essa é a conclusão que se tira da leitura de mensagem assinada por esse senhor, divulgada aos bancários pelo correio eletrônico do banco no último dia 4.

O texto trata do lançamento do “Desafio Crédito Veículo”, que, segundo a mensagem, consiste no “estabelecimento de uma meta de contratação de operações de financiamento de veículos de R$ 50 mil por Gerente de Contas PF Exclusivo e Gerente de Contas PJ Empresa e MPE”. Ou seja, um nome pomposo para mais um aperto nas já absurdas metas a serem cumpridas pelos funcionários do banco.

O prazo estabelecido para que os gerentes atinjam R$ 50 mil em vendas é de, na prática, oito dias úteis, de 4 a 16 de junho. Os gerentes que não atingirem a meta estabelecida deverão encaminhar uma Nota Técnica Pessoal no dia 17 para a direção justificando seu desempenho. No dia 18, reuniões serão realizadas em todas as regionais para avaliação dos resultados alcançados durante o Desafio.

“A carta é uma confissão da prática de assédio moral institucional feita pelo superintendente”, avalia William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e funcionário do BB. “Num momento em que os trabalhadores estão justamente se mobilizando para uma greve por melhores condições de trabalho a superintendência inventa uma meta completamente irreal, tirada não sei de onde, e ameaça os trabalhadores com cartinhas de ‘confissão’ e humilhações públicas”, indigna-se.

Segundo William, o Banco do Brasil afirma combater o assédio, mas os casos denunciados pelos dirigentes sindicais são ignorados. “Pior, muitas vezes os agressores são até promovidos. O banco precisa assumir uma postura correta e punir esse superintendente”, sustenta.

William chama a atenção também para os objetivos do banco: aumentar os lucros por meio do credito pessoal para bens duráveis, com ênfase em veículos. “O BB tem deixado de lado suas obrigações como banco público, de fomentar o desenvolvimento econômico e social, e visado somente o lucro. Esse não é o papel de um banco público. Em meio à crise mundial dos alimentos, o papel do banco é fomentar a produção de alimentos e não a venda de carros”, afirma.

Outro ponto é o programa Sinergia 200 Anos, citado na mensagem como motivo para o “esforço adicional” cobrado dos trabalhadores. “É mais um presente que o banco dá para seus funcionários no aniversário de seus 200 anos”, lamenta o dirigente. “O banco deu aos trabalhadores mais um motivo para uma forte mobilização no dia 25”, completa.

Banco do Brasil é condenado em R$ 200 mil em mais uma ação por assédio moral

A Justiça do Trabalho condenou pela terceira vez o Banco do Brasil a pagar indenização de R$ 200 mil por danos morais a bancário que movera ação contra o banco após ter sido arbitrariamente descomissionado em razão de reclamação pelo pagamento da 7ª e 8ª horas.

A decisão, proferida esta semana, é do juiz da 15ª Vara do Trabalho de Brasília Douglas Alencar Rodrigues. O bancário beneficiado é um dos três analistas descomissonados no início do ano passado pelo chefe da Diris, René Sanda, por terem entrado com a reclamação judicial dias antes. Os outros dois também moveram ação semelhante contra o banco, e igualmente obtiveram decisão favorável.

O descomissionamento foi feito publicamente, durante reunião com todos os funcionários da Diris no 16º andar do Sede III. O diretor René disse que decidiu descomissionar os três analistas para evitar o “risco de contaminação” de sua equipe e ameaçou todos os trabalhadores do setor de adotar punição semelhante a quem ousasse defender seus direitos trabalhistas.

Na época, o Sindicato denunciou a atitude autoritária e anti-sindical do administrador, que viola princípios básicos constitucionais. Orientados pelo Sindicato a defenderem seus direitos, os três analistas mantiveram a ação judicial. A Justiça do Trabalho ordenou que o BB devolvesse a comissão aos três descomissionados.

Veja notícia relacionada: http://www.assediomoral.org/spip.php?article383

Manisfestação contra assédio moral pára agência do Bradesco em Sumaré

O Sindicato dos Bancários de Campinas e Região coordenou na manhã da última quarta-feira, dia 6, paralisação de uma hora na agência do Bradesco em Sumaré. O protesto foi contra a pressão – assédio moral – exercida pelo administrador da agência, que não tem o mínimo respeito pelos funcionários.

Diante da mobilização dos bancários, o diretor de Relações Sindicais, Geraldo Grando, assumiu compromisso em discutir o assunto com o sindicato na próxima semana.

Leia carta distribuída aos clientes e usuários:

Assédio Moral impera no Bradesco – Sumaré

É ILEGAL e IMORAL

Uma das bandeiras da Campanha de Valorização dos Funcionários do Bradesco é o fim do Assédio Moral. Nesta agência do Bradesco em Sumaré, por exemplo, a Administração não tem o mínimo respeito pelos funcionários. Na verdade, os bancários vivem no tempo da escravidão, sob o império do chicote. E quem não cumpre o estabelecido é humilhado, agredido verbalmente, constrangido o tempo todo. O que é inaceitável.

Hoje o Sindicato realiza essa manifestação para denunciar os abusos da Administração. Porém, a ação não ficará restrita a um único ato de protesto. Entre os vários caminhos, temos o fechamento da agência e denúncia no Ministério Público do Trabalho. A via do diálogo, neste momento, está fechada pelo próprio Bradesco. Afinal, o assunto já foi apresentado à diretoria e até agora nada foi feito. Novamente contamos com seu apoio e compreensão.