O rebaixamento cognitivo, a agressão verbal e outros constrangimentos e humilhações : o assédio moral na educação superior

Texto integralReportagem publicada em 01/06/2001 mostra que pesquisas realizadas no Brasil e na França encontraram que o assédio moral atinge mais de 30% dos assalariados e que estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizado em 1996, constatou que pelo menos doze milhões de trabalhadores europeus (8% do total) sofrem desse drama.

Attached documents

“Mobbing” (Assédio psicológico) no trabalho: uma síndrome psicossocial multidimensional

Texto integral

Introdução

No Brasil, o interesse pelo estudo do mobbing é recente. Nesta revisão, foram descritas as várias denominações dadas ao fenômeno, suas diferentes definições e características, visando uma delimitação teórico-conceitual. Buscou-se um aprofundamento da relação de semelhança entre os conceitos etológico e psicológico do mobbing, verificando-se que os mesmos guardam especificidades, sobretudo quanto às implicações evolutivas e ecológicas propostas pela etologia. A princípio, pode-se dizer que a semelhança entre os conceitos é somente morfológica. Uma abordagem evolucionista do mobbing no ambiente de trabalho, no entanto, poderia trazer novas contribuições para o seu entendimento como uma síndrome psicossocial multidimensional.

Attached documents

Violência no trabalho no setor saúde: relatório preliminar de pesquisa

Texto integralProjeto realizado em cooperação com:
Organização Internacional do Trabalho
Conselho Internacional de Enfermagem
Organização Mundial da Saúde
Internacional de Serviços Públicos

EQUIPE TÉCNICA:
Marisa Palácios – MD DSc (Coordenadora)
Mônica Loureiro dos Santos, Psicóloga, DSc
Margarida Barros do Val, Saúde Pública, Msc candidata
Maria Imaculada Medina, Serviço Social, MSc
Marcia de Abreu, Fonoaudióloga
Lídia Soares Cardoso, Psicóloga, DSc
Basílio Bragança Pereira, Estatístico, PhD
Estudantes
Celina Ragoni de Moraes Correia – Programa de Iniciação Científica
Daniel Eiji Ogino – Programa de Iniciação Científica
Daniela Almeida – Programa de Iniciação Científica
Danielle C. C. Muniz e Silva – Programa de Iniciação Científica
David M. Viannay S. Andrade – Programa de Iniciação Científica
Helena Roisman Cardoso
Igor Mamed Porciúncula
Jorge Ribeiro da Cunha Junior – Programa de Iniciação Científica
Juliana Costa Carvalho – Programa de Iniciação Científica
Juliana G. d’Ávila Reinicke – Programa de Iniciação Científica
Kelly C. Ferreira Folhadella
Lissa Sumi Takano
Luiz Fernando R. Junior
Mayra Roberta P. Mendes
Pedro Henrique S. Figueiredo
Raquel Buzon de Mello
Ricardo Gáudio de Almeida
Tatiana Goldgaber Borges – Programa de Iniciação Científica
Tatyana Santos Raychtock – Programa de Iniciação Científica
Thaís Helena Serta Nobre

Attached documents

O assédio moral no serviço público

Texto integral Introdução A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática quase que considerada natural no interior das repartições públicas, onde predomina o menosprezo e indiferença pelo sofrimento dos servidores. Trata-se de uma das formas mais terriveis de violência sutil nas relações organizacionais, que se verifica pelas vias de práticas perversas e arrogantes das relações autoritárias. Um dos alvos preferidos do assediador são os laços afetivos que permitem a resistência, a troca de informações e comunicações entre colegas. Trata-se, pois de uma violência “interna corporis” que se concretiza em intimidações, difamações, ironias e constrangimento do ‘transgressor’ ou com atos concreto de desprezos multifacetários, como forma de impor controle e manter a ordem. Não é de hoje que o fenômeno da violência moral no trabalho é observado, pode-se dizer que ela é tão antiga quanto o próprio trabalho. Esse fenômeno está presente no cenário mundial e não apenas nos paises subdesenvolvidos, muito embora estes, pelo fato da menor divulgação e exclarecimentos sobre o assunto, tendem a ocorrer mais intensamente.

Attached documents

O “des”cuidado em saúde: a violência visível e invisível no trabalho de enfermagem

Texto integralEste estudo teve como objetivo identificar as formas de violência presentes no cuidado institucionalizado à saúde, a partir das percepções e experiências de trabalhadoras de Enfermagem. Buscou, também discutir as questões éticas e educativas que envolvem a violência no processo de trabalho de Enfermagem. Tratou-se de uma pesquisa convergente assistencial, conforme proposta por Trentini e Paim (1999), desenvolvida com trabalhadoras de Enfermagem de diversas áreas de atuação e especialidades, que privilegiou as expressões das participantes levantadas através de aplicação de questionário e realização de oficinas educativas. A abordagem do tema fundamentou-se, inicialmente, em uma revisão bibliográfica das diferentes nuanças e classificações acerca da violência, identificando a carência de estudos sobre a violência no contexto do cotidiano do cuidado em saúde e do trabalho de enfermagem. Posteriormente, a análise dos dados permitiu um entendimento sobre os significados expressos pelas trabalhadoras estudadas quanto a violência na vida social e no seu cotidiano de trabalho, evidenciando o reconhecimento de duas faces do objeto: o trabalhador de Enfermagem enquanto agente de violência e, do outro lado, este mesmo trabalhador como receptor da violência. Também foi possível constatar as diversas formas sob as quais a violência se manifesta e é apreendida pelos sujeitos, assim como os limites e as questões éticas que envolvem a formação destes profissionais e a busca de soluções para o enfrentamento desta realidade. O estudo contribuiu para a ação-reflexão da profissão de Enfermagem visando um processo de trabalho/cuidado humanizado, ético, cidadão e, sobretudo, para repensar a Enfermagem e a vida.

Attached documents

O assédio moral no Ceará: naturalização dos atos injustos no trabalho

Texto integral Este estudo investiga a prevalência do assédio moral e os principais atos negativos relacionados ao assédio a trabalhadores no Ceará. Examina também a relação entre os atos negativos experienciados e aspectos da cultura cearense.
O assédio moral consiste em situações em que um ou mais trabalhadores são submetidos, persistentemente, a condutas negativas, como humilhação, perseguição, discriminação e maus-tratos no trabalho, sem que possam se defender, constituindo-se em afronta à sua dignidade.
A pesquisa quanti-qualitativa foi conduzida entre trabalhadores no estado do Ceará. Os dados foram coletados pela aplicação de questionário em amostra de 218 trabalhadores que aguardavam atendimento na Delegacia Regional do Trabalho – DRT/Ce, e por meio de entrevistas semi-estruturadas com cinco trabalhadores.
No estudo, duas diferentes estratégias de medição do assédio moral foram usadas e comparadas. Dada a definição de assédio moral, 12,9% dos pesquisados auto-relataram serem vítimas em freqüência, no mínimo, semanal, nos últimos seis meses. Porém, utilizado o Questionário de Atos Negativos (NAQ), contendo uma lista de 22 atos negativos potenciais de assédio, 66,9% dos trabalhadores da amostra relataram a exposição a, pelo menos, um ato negativo semanalmente, nos últimos seis meses. Os pesquisados responderam com maior freqüência que foram alvos de gritos e agressividade, lembrados constantemente de erros e que se espalharam boatos a seu respeito. Indagados sobre outras condutas consideradas negativas no ambiente de trabalho citaram como mais comuns o não cumprimento de direitos trabalhistas, pressão para fazer hora-extra e liderança intimidadora e hostil.
As entrevistas semi-estruturadas revelaram que existe uma tendência à naturalização dos atos injustos no trabalho, com muitas condutas negativas percebidas como normais e comuns. Os resultados apontam para uma relação entre os atos negativos experienciados pelos trabalhadores e as influências do contexto histórico, social e cultural cearense no ambiente de trabalho.

Attached documents

A “Lei Maria da Penha Maia” e o enfrentamento do assédio moral em relações conjugais: proteção à integridade psicológica da mulher

Texto integral Os temas relacionados à violência doméstica e à desigualdade de gênero têm sido objeto de debate, essencialmente, desde a década de 1970, quando feministas passaram a ressaltar que, para desvendar o poder do homem sobre a mulher, por meio do emprego de violência, seria necessário compreender e explorar a estrutura patriarcal da sociedade Desde então, diversos grupos se especializaram para enfrentar a problemática e, sobretudo, buscar a proteção da mulher. Há pouco, identificou-se um fenômeno que, em razão da sutileza com a qual se verifica, é potencialmente destrutivo e capaz de mitigar aspectos essenciais da personalidade humana: o assédio moral.
Assim, intensificou-se a preocupação com o resguardo da mulher, porquanto um dos meios de grande incidência do assédio moral seja, justamente, o ambiente doméstico.
Ademais, se a violência física, cuja prova é dotada de alguma evidência, já é dificilmente combatida pelo meio jurídico, a violência psicológica merece especial atenção, pois é velada, mas não menos ameaçadora. Ainda, se há agressão por palavras, gestos ou expressões, muito provavelmente haverá, na seqüência, agressão física.
Diante deste contexto, insta relevar a promulgação da Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006, nomeada pelo Presidente da República de “Lei Maria da Penha Maia”. Esse diploma, consoante seu preâmbulo, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Por sua vez, em seu o art. 7º, define que a violência contra a mulher pode ter como manifestações as formas física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Esse posicionamento do legislador pátrio é de fundamental importância, tendo em vista que procura garantir proteção às mais diversas emanações da individualidade feminina e, acertadamente, à integridade psicológica, à qual se confere, aqui, certo destaque.
Resta compreender, no entanto, se para as mulheres vítimas de assédio moral a nova Lei representa algum avanço, já que a violência psicológica é mero elemento de interpretação do artigo 129 do Código Penal (lesão corporal). Ou seja, a violência doméstica, em si, já existe desde 2004, quando a Lei n.º 10.866/2004 acrescentou os §§ 9º e 10 4 ao mencionado artigo. Mas hoje, admite-se, expressamente, a violência psicológica como modalidade de violência doméstica. Ademais, antes, a lesão corporal era agravada somente pelo artigo 61, inciso II, alíneas e ou f 5, do Código Penal brasileiro. Hoje, em contrapartida, encontra-se na Lei a justaposição da lesão corporal com a agravante de seu artigo 436.
Em outras palavras, rigorosamente, o legislador apenas conferiu nova roupagem ao velho, posto que já descrevia a conduta no artigo 129, §9º do Código Penal e a própria agravante já existia, no inciso II, alíneas e e f , do artigo 61 do mesmo codex. Criou, portanto, aquilo que se denomina delito agravado (e não um delito autônomo), na tentativa de concretizar alguma medida de proteção à mulher.
Por outro lado, parte da doutrina entende como adequada a iniciativa do legislador que optou por não tipificar a conduta, porque a tendência à criminalização de determinados comportamentos deve ser severamente combatida. Sendo assim, o movimento das mulheres (pela tipificação) conduziria a uma situação paradoxal, já que procura combater a violência, justamente, com mais repressão e castigo, situação esta que contribuiria para o caos do sistema criminal.

Attached documents

A deteriorização das relações de poder dentro do organismo empresarial: uma análise do assédio moral no contrato de trabalho

Texto integral O presente trabalho tem o objetivo de analisar os caminhos percorridos pelo poder dentro do organismo empresarial, partindo da racionalidade proposta pela contratualidade e enfatizando o estudo proposto na figura correspondente ao assédio moral. Para tanto, evolui sistematicamente por meio dos principais aspectos atinentes ao instrumento contratual oriundo do Direito Civil e do contrato de trabalho, dissecando este último para demonstrar o seu papel na legitimação histórica do estado de sujeição do empregado ao empregador. A partir disso, propõe-se discutir o poder dentro do locus empresarial, analisando os institutos da subordinação e do poder diretivo do empregador. Com isso, pretende-se desenvolver os elementos distintivos da figura correspondente ao assédio moral, apresentado-a como representação da deteriorização do poder legitimado pelo instrumento contratual trabalhista dentro do organismo empresarial, e que vai se caracterizar pela ofensa a dignidade humana, elemento precípuo para a busca da instrumentalização de seu conceito.
Palavras-chave: contrato de trabalho; poder de direção do empregador; subordinação; poder; assédio moral no ambiente de trabalho.

Attached documents

As conseqüências psicossomáticas das relações de trabalho na sociedade contemporânea

Texto integral A partir da década de cinqüenta, do séc. XX, a cultura do consumo de massa, que norteava os Estados Unidos e a Europa, passou a influenciar outros países do mundo como o Brasil. A população das grandes cidades adotou valores hedonistas, procurando obedecer aos próprios impulsos e satisfazer os seus desejos através do consumo. As pessoas passaram a se preocupar com elas mesmas deixando de lado a preocupação com a coletividade. A cultura do consumo foi acentuada pelo fenômeno da Globalização, que ocorreu no final do séc. XX. Através dele, as informações tornaram-se instatâneas, favorecendo a propaganda e aumentando o consumo. Com isso, a busca pelo dinheiro também aumentou, pois as pessoas passaram a valorizá-lo ainda mais para poderem adquirir os novos produtos lançados no mercado. Isso aumentou a competição no mercado de trabalho, piorando as suas condições. Diante da precariedade das condições de trabalho, os trabalhadores têm desenvolvido, com freqüência doenças psicossomáticas. Assim procuro analisar a dinâmica da sociedade atual e a sua influência sobre as relações de trabalho. Avalio alguns aspectos dessas relações e as conseqüências psicossomáticas que elas desencadeiam nos trabalhadores.

Attached documents