Durante três dias foram debatidos temas como saúde física e mental do trabalhador, ética médica, prevenção de doenças ocupacionais e perícia judicial
O último dia do II Projeto Científico, com o tema Ergonomia, Saúde Mental e Relações do Trabalho, foi comemorado pelos organizadores do evento. O Projeto é uma experiência ímpar nas nossas atividades da Escola Judicial e nas experiências que o Tribunal teve até agora, comentou o juiz Reginaldo Melhado, coordenador do Conselho Administrativo da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), realizador do seminário em parceria com a Escola da Associação dos Magistrados do Trabalho do Paraná (Ematra-IX).
De acordo com ele, o encontro cumpriu seu objetivo, trazendo para os magistrados uma visão ampla sobre o tema. Passamos a ter uma visão nova sobre os efeitos das doenças na saúde do trabalhador, principalmente as relacionadas aos transtornos mentais e ergonomia. Com essa formação, com certeza estaremos mais próximos de alcançar o ideário de justiça, enfatizou o magistrado.
O evento está envolto na temática escolhida para ser discutida nesse ano, que é a prova, explicou o juiz Paulo Henrique Kretzschmar e Conti, diretor da Ematra-IX. Este evento é de extrema importância, pois é o início de um diálogo mais técnico, com temas novos para a Justiça do Trabalho e que ainda não tínhamos enfrentado. O juiz tem que ter conhecimento suficiente para fazer uma avaliação crítica da prova pericial. Não tenho dúvida de que os temas debatidos aqui são fundamentais para que o juiz tenha esse conhecimento mais completo do ambiente de trabalho, completou.
Com aproximadamente 170 inscritos, entre magistrados, peritos, servidores, procuradores e servidores do Ministério Público do Trabalho, foram realizadas seis palestras, ao longo dos três dias, que discutiram assuntos como saúde física e mental do trabalhador, ética médica, prevenção de doenças ocupacionais e perícia judicial.
Gabriela Tissot e Tatiana Nobre, servidoras do Ministério Público do Trabalho, aprovaram a realização do Projeto. Está sendo muito proveitoso, comentou Tatiana, que trabalhava na secretaria e passou para o setor de assessoramento. Vejo muitas diferenças entre um trabalho mais repetitivo que fazia e agora outro serviço mais intelectual, e ver essas diferenças sendo discutidas em seminário é muito interessante. Gabriela afirmou que espera a realização de outros seminários como este: a parceria entre o Ministério Público e o Judiciário é proveitosa e deve ser mantida.
Sobre projetos futuros, o juiz Reginaldo Melhado disse que, na questão do ambiente de trabalho, estão planejados três desdobramentos deste seminário: Um encontro sobre proposições para operacionalizar estas questões no processo, discutir melhores práticas; uma outra questão a respeito da prova médica pericial; e uma terceira dimensão, ainda a ser discutida, sobre como preparar melhor os peritos que prestam serviços à Justiça do Trabalho.
Psicodinâmica do Trabalho
A última palestra do Seminário, ministrada pelo médico Laerte Idal Sznelwar, tratou da Psicodinâmica do trabalho e a saúde mental, e da dificuldade de se avaliar o trabalho exercido por outra pessoa. Geralmente eu só consigo avaliar o que é visível, a quantidade, mas é muito difícil avaliar a qualidade daquele trabalho, explicou o médico, em relação à dificuldade de provar que uma função possa causar danos à saúde mental. Como conseguir causa e efeito com doenças mentais, como a depressão?, exemplificou.
A melhor forma de se pensar esta questão, na opinião de Sznelwar, é evitar que aconteçam erros no ambiente de trabalho, transformando-o para a construção da saúde. É importante que o trabalhador tenha zelo por aquilo que exerce, que não desmereça sua função, assim como não se isole dos companheiros de trabalho; a coletividade dá sentido de pertença, o que pode ajudar a combater doenças como a depressão relacionada ao trabalho, opinou.
(Bruno Manenti)
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