Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Ciclo

Ciclo

Era o chão,
Fez-se o leito
Do rio que não
Pode ser feito
Cavado de mão.
Está perfeito.

Terra, desnível,
Corrente no vão.
D’água este cinzel.
Esculpiu sem mão.
Caminho ao léu.
Melhor solução.

Correu na queda,
O vale tampou.
De água veda
O que escavou.

Água, subida.
Lago quer formar.
Rio engravida.
Abraça o lugar.

Peso vai parir,
Eleva, prende
Para prosseguir.
Calda estende.

Na queda o show.
Fez cachoeira,
Mal recuperou
Da corredeira.

Queda com classe!
Desceu e serviu
A quem morasse
Num vão do Brasil.

Se apraz o lugar,
Cria meandros.
Modo de abraçar!
Braços malandros.

Segue, vai maior,
Costura o país.
Trabalho e suor!
Mar salgado o diz.

Estrada, vida,
Alimento são,
Missão cumprida,
Pintura no chão.

Opostos. Lados:
Margens agora!
Estão selados.
Vão, rio afora.

Transpirou ao ar,
Foi afluente,
Foi até o mar,
E, diferente,
Do vapor do mar:
Outra nascente.

O tempo marcou:
Terra molhada,
Ou ressecada,
O barco passou.

Navegar, beber,
Nadar e plantar.
Não deve morrer.
Não pode parar.

Se disto esquecer,
Não irá buscar,
Para reviver,
Salário do mar.

Escorre e escoa.
Não morre. Doa.
Outro rio ao mar.
Troca de lugar.

Rio corre assim:
Começo é fim.

 

Crion Nato 27108 )

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