Sábado, 11 de maio de 2024

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Encerramento

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Ritalo: Para a saudação final, passo a palavra a Dra. Marie France e Dra. Margarida Barreto. Encerraremos este seminário com uma apresentação musical.

Marie France Hirigoyen: Queria simplesmente dizer que o trabalho realizado aqui por Margarida Barreto é extraordinário. O que aconteceu no Brasil é importante não somente para o Brasil mas também no plano mundial. Quero lembrá-los que há um site brasileiro na Internet, denominado www.assediomoral.org que foi traduzido em várias línguas e que agora é muito apreciado na Europa. Assim, atuem pois nós estamos ‘olhando’ vocês. Muito obrigado.

Margarida Barreto: Em nome das entidades que organizaram este evento, passo às suas mãos, Dra. Marie France, um certificado que tem um valor simbólico muito grande. Diz respeito a sua presença, ao que nos ensinou esta tarde e que, certamente, será inesquecível para todos nós! Sabemos que a Dra. Marie France fez e tem feito muito pelos trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro e sua luta, para nós, significa resistência. Resistência criativa e ativa. Temos a certeza de que você, na Europa, e nós, aqui no Brasil e em diferentes continentes, devemos unir-nos visando combater as diferentes manifestações da violência no ambiente de trabalho. Hoje, mais que ontem, está colocado como imperativo e na ordem do dia, afirmarmos: proletários do mundo, uni-vos; humilhados do mundo, uni-vos; assediados do mundo, uni-vos!

Margarida Barreto: Teremos agora um momento mágico. Prefiro que a Márcia, a qual tive o privilégio de conhecer há algum tempo atrás, conte para vocês quem é, por que está aqui. Este é um momento que, creio, ficará marcado como um momento de superação e resistência à própria dor, mesmo quando esta resistência ainda é marcada e transversada por recordações tristes. Márcia, por favor…

Marcia: Boa noite, meu nome é Márcia, este aqui no teclado é o meu marido e não é sem razão que estou aqui hoje, porque sou cantora lírica, cantei cinco anos no Coral Sinfônico do Estado de São Paulo que pertence à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e eu também sou vítima de assédio moral. Fui demitida em setembro de 2000, após cinco anos de maus tratos e enfim, as coisas que vocês já conhecem. Então, eu estou aqui hoje, a convite da Dra. Margarida. Logo que fui demitida, me sentia muito doente, sem condições de cantar, eu perdi a voz, fiquei sem condições de trabalhar e sem compreender porque tudo isto estava acontecendo comigo. Então, quando eu e meus colegas (porque nós somos um grupo de pessoas que passaram por este problema, não foi só eu) a vimos pela TV, entramos em contato com ela e ela, então, explicou para a gente o que era o assédio moral. Isso elucidou muitas coisas e nos fez perceber que perder o emprego é uma coisa inevitável, depois de uma situação de assédio. E que não podíamos perder a dignidade. A gente perdeu o emprego, mas a gente não perdeu a dignidade. Então, hoje, a gente está aqui para apresentar uma música, para encerrar o seminário com um pouco de música e esperança.

Nós preparamos uma canção de um compositor paraense que se chama Valdemar Henrique, a peça se chama “Sra. Dona Sancha” e ela fala muito da busca da felicidade, da ilusão que temos quando somos criança e a gente tem muita ilusão dos objetivos, das coisas que queremos alcançar na vida e, quando chega na fase adulta, vemos que as coisas não são tão fáceis assim. Ela termina, ainda, com o desejo de encontrar um caminho de esperança e luz. Espero que vocês gostem.

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