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Chefes injustos provocam pressão alta, é o que aponta pesquisa

24 de junho, 2003 – Publicado às 11h29 GMT

Estresse no trabalho aumenta chances de derrame

Chefes vistos por seus subalternos como intratáveis não apenas tornam a sua vida um inferno, como também podem ser uma verdadeira ameaça à sua saúde.

Um estudo mostrou que patrões injustos podem provocar a elevação da pressão arterial dos funcionários, aumentando o risco a longo prazo de eles sofrerem ataques cardíacos ou derrames.

Uma equipe do Buckinghamshire Chilterns University College, da Grã-Bretanha, realizou testes com 28 mulheres auxiliares de enfermagem.

Elas são supervisionadas por enfermeiras e, por vezes, assumem o papel de suas chefes, embora estejam num escalão abaixo na hierarquia do trabalho.

Justiça

Cada uma delas teve de responder a um questionário, dizendo, por exemplo, se a sua supervisora a tratava com justiça ou se encorajava o diálogo antes de tomar decisões.

Os pesquisadores registraram então a pressão arterial de todas elas a cada 30 minutos por 12 horas ao longo de três dias de trabalho.

Das 28 auxiliares, 13 tinham como superiores duas pessoas – uma delas vista como mais justa que a outra.

As outras 15 ou eram chefiadas por uma só enfermeira, ou por duas cujas maneiras de trabalhar eram vistas como igualmente justas.

Neste segundo grupo, o fato de trabalhar com uma chefe ou a outra produziu diferenças mínimas no nível de pressão do sangue.

Aumento

Já no primeiro grupo, porém, a pressão arterial aumentou consideravelmente entre as auxiliares que trabalhavam sob os comandos da chefe considerada injusta.

O aumento médio registrado foi de 15mm na coluna de mercúrio na sístole e de 7mm na diástole.

Para se ter uma idéia, um acréscimo de pressão da ordem de 10mm na sístole e 5mm na coluna de mercúrio na diástole eleva em 16% os riscos de doenças coronárias e em 38% a probabilidade de derrame.

Os cientistas sustentam que os resultados são uma evidência clara de que um chefe visto como injusto pode causar estresse e, conseqüentemente, abalar a saúde e o bem-estar de seus empregados.

Os pesquisadores dizem que as doenças cardiovasculares afetariam menos gente se todos estivessem felizes com seus chefes.

“Tenho certeza que, em algum momento, todo mundo já teve um chefe que literalmente fez o seu sangue ‘ferver'”, declarou Belinda Linden, da Fundação Britânica do Coração.

“Mas, na verdade, cabe a nós aprender a controlar o stress no trabalho e não deixar que chefes difíceis afetem a nossa saúde.”

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/030624_chefesms.shtml

http://wn.frizz.com.br/webnews/noticia.php?id_noticia=6385&

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